03 setembro 2015

O chá e a coragem


Pelo jeito vai ser mais uma tarde fria de inverno, resolvo fazer um chá e me sento para crochetar. Tem sido assim o inverno todo, sou tão jovem, mas a cada dia parada me sinto tão velha, como se a cada corrente do crochê eu ganhasse um mês a mais em minha vida.

Talvez tudo isso possa ser bobagem, mas para mim o tempo passa rápido de mais aos meus olhos, tempo esse em que ando desperdiçando sem um foco. Resolvo então mudar essa visão, levanto, coloco a xícara de chá sobre a mesa, azar se ela manchar, preciso é ter atitude, esqueço o crochê, troco de roupa.

E de repente vejo um mundo que não via a algumas semanas, parece um lugar tão estranho, diferente, não é minha casa e sim minha rua, minha cidade. Tudo parece novo, me sinto com medo de ir até o portão, penso, repenso. E tomo atitude mais uma vez e vou. Abro o portão silenciosamente para não chamar atenção dos vizinhos. E agora há dois lados para seguir. Vou em direção ao movimento.

Deixo o vento me conduzir, as folhas das árvores voando me conduzem pelo caminho, como se dissessem vai, não tenha medo.
Chego ao lugar mais frequentado, as pessoas me olham e me julgam com seus olhares, minha vontade é de sair correndo. Mas ao contrário disso, levanto a cabeça e vou em direção à uma prateleira de livros.

Uma moça se aproxima e pergunta se quero ajuda, fico trêmula, mas tento aparentar calma e tranquilidade sobre o olhar da desconhecida, digo o que estou procurando, então ela educadamente me auxilia na busca do livro.

Depois de alguns minutos conseguimos achar, ela me conduz até o caixa, vejo várias máquinas, como se elas fossem uma forma de pagamento, pago com dinheiro, pois minha tecnologia ainda é lenta, não tenho cartões ainda.


É hora de voltar ao casulo.....

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